Caxias

Marcas do ataque: funk 'proibido' pode ter motivado tiros em Caxias

Além de Eduarda Paula, Caio Luiz, de 23 anos, também morreu

Na Praça Rio Branco, local do crime, ainda era possível ver muito sangue
Na Praça Rio Branco, local do crime, ainda era possível ver muito sangue |  Foto: Marcelo Tavares
  

"Meu bebê agora você foi descansar em paz. Filha, mamãe sempre te amará", essa foi a mensagem de despedida feita em uma rede social por Elizabeth Silva, mãe da adolescente Eduarda Paula de Almeida, de 15 anos, que foi uma das vítimas fatais do ataque a tiros que aconteceu na Praça Rio Branco, no bairro Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na madrugada de domingo (31). Além da adolescente, o jovem Caio Luiz de Souza Leme, de 23 anos, também morreu. A Polícia Civil investiga se uma música de facção rival motivou o ataque.

O corpo de Eduarda foi sepultado na tarde de domingo (31) no Cemitério Nossa Senhora das Graças (Tanque do Anil). De acordo com uma vizinha, que preferiu não se identificar, a jovem cantava na igreja e estava comemorando o aniversário de um amigo, de 20 anos, que também acabou baleado.

O aniversariante ficou ferido no braço esquerdo, passou por cirurgia no Hospital Municipal Dr Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC) e foi transferido para o Hospital Municipal Adão Pereira Nunes. Além dele, outras três vítimas do ataque continuavam internadas na manhã desta segunda-feira (1º) e três receberam alta.

Já o jovem Caio de Souza Leme chegou a ser socorrido em estado grave para o Hospital Municipal Dr Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC), mas segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, ele passou por procedimento cirúrgico e não resistiu aos ferimentos. De acordo com familiares, o jovem, que estava junto com a companheira, só parou na praça para cumprimentar o primo dela.

"O Caio era um rapaz maravilhoso, ele não tinha envolvimento com nada, era tímido. Não tinha como ficar perto dele e não rir. Ele tinha tantos sonhos", disse uma familiar que preferiu não se identificar. 

A família de Caio, que era entregador, foi ao Instituto Médico Legal (IML) no início da tarde desta segunda-feira (1°) e aguarda a liberação do corpo do jovem.

"Agora o Caio vai ficar nas nossas lembranças, ele era um garoto família, trabalhador. Fomos pegos de surpresa com a notícia. Ele tentou se esconder atrás de um carro, mas mesmo assim acabou sendo baleado. Desejo que as pessoas que fizeram isso sejam punidas perante a lei", contou outro familiar que também preferiu não ter a identidade revelada.

Marcas do ataque


Na Praça Rio Branco, local do crime, ainda era possível ver, na manhã desta segunda-feira (1°), muito sangue em diferentes pontos. Bancos e pilastras estavam com perfurações de tiros. Um trailer também ficou com perfuração em uma das janelas, que é de ferro. Um dos clientes presentes no momento dos tiros era o sobrinho de uma moradora, que preferiu não se identificar.

"Por sorte ele não foi uma vítima desse crime que chocou a nossa região. Aqui nunca aconteceu isso. Todos os jovens que foram baleados são inocentes, estavam se divertindo", disse.

Segundo moradores, a tragédia poderia ter registrado mais vítimas já que é comum o local ter grande movimentação de pessoas nos finais de semanas.

"Eu não sei como não teve mais pessoas feridas, a praça estava cheia. Eu escutei os tiros, na verdade, estava dormindo e acordei no susto com o barulho. Os criminosos atiraram diversas vezes", contou outra moradora que preferiu não se identificar.

Investigação

A Praça Rio Branco fica no bairro Gramacho, em Duque de Caxias
A Praça Rio Branco fica no bairro Gramacho, em Duque de Caxias |  Foto: Marcelo Tavares
 

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Moradores da região contaram que os jovens estariam escutando um funk, que seria de apologia a uma facção rival da que controlaria o tráfico de drogas na localidade. Os criminosos estavam a bordo de um veículo, não identificado, que passou efetuando disparos. A praça fica localizada em uma região em que parte é controlada por criminosos do Terceiro Comando Puro (TCP) e um grupo paramilitar.

Segundo a Polícia Civil, equipes da DHBF buscam imagens de câmeras de segurança para tentar identificar e prender os acusados do ataque. 

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